Encobertas pela fumaça dos incêndios no Pantanal e na Bolívia, cidades de MS suspendem aulas e recomendam uso de máscaras
12/09/2024
Moradores de Corumbá e Ladário enfrentam problemas de saúde ocasionados pela fumaça que cobrem as cidades. Nesta quinta, segundo BDQueimadas (Sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Corumbá lidera o ranking com mais focos de incêndio em Mato Grosso do Sul. Do alto da cidade, praticamente nada se vê
Cercadas pelos incêndios no Pantanal e na Bolívia, as cidades de Corumbá e Ladário, no oeste de Mato Grosso do Sul, estão totalmente encobertas pela fumaça. A população incorporou ao dia a dia o uso de máscaras seguindo as orientações das autoridades dos municípios. A secretaria de Educação (SED) do estado suspendeu as aulas de sexta-feira (13).
Corumbá, segundo BDQueimadas (Sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), lidera o ranking com mais focos de incêndio em Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (12). Ao todo são 97 pontos de calor.
No Pantanal, quase 3 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas. Nos primeiros 10 dias de setembro, 736 focos de incêndios foram registrados, o dobro do registrado no mês de setembro do ano passado (373 focos). Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).
Além dos incêndios no Brasil, Corumbá e Ladário, ficam na região de fronteira com a Bolívia onde os incêndios estão mais intensos desde o começo deste mês.
Brigadistas brasileiros, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão na Bolívia atuando no combate ao fogo para impedir o avanço para a Serra do Amolar, um santuário da biodiversidade no Pantanal e Patrimônio Natural da Humanidade. O g1 esteve na região e registrou o trabalho dos brigadistas.
Em Corumbá, moradores relatam céu encoberto por fumaça e dificuldade para respirar
Problemas de saúde
Cercados pelos incêndios, os moradores de Corumbá e Ladário já enfrentam uma série de problemas de saúde por causa da fumaça que cobre a cidade: dificuldade para respirar e falar, garganta seca e ardência nos olhos são alguns deles.
"O clima aqui está bem difícil de aguentar, sem a máscara, na verdade. A gente já está sentindo um incômodo, um peso na respiração, e tentando usar máscara para dar uma amenizada", relata o designer gráfico, Caetano Correia.
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As crianças estão entre as principais vítimas da fumaça nas duas cidades.
"Eu tenho duas pessoas da mesma família que ficaram muito ruins. Tenho um neto que está mal, não está nem indo para a escola por causa da fumaça", disse a autônoma Marli Monastério. Ela contou que o neto teve de ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em decorrência da piora dos sintomas da rinite e sinusite.
Caetano, Kátia e Marli relatam como estão lidando com a fumaça
TV Morena/Reprodução
A situação fez com que a secretaria de Saúde de Corumbá emitisse orientações para a permanência dos alunos nas escolas municipais. Entre elas, manter salas fechadas, incentivar a hidratação constante e evitar atividades em ambientes externos.
"Estão usando de garrafinhas com água, para manter bem a hidratação e com as salas climatizadas até mesmo o recreio acaba sendo em sala de aula para evitar a exposição dos alunos na parte externa da escola", explica Paulo César dos Santos, que é diretor de uma escola municipal.
Em casa, a população reforça os cuidados.
“Temos nos hidratado com água, usado o umidificador e ficamos com as portas e janelas trancadas, para tentar se proteger o máximo que podemos. Na rua é sempre de máscara”, diz a professora Kátia Vidal.
Paulo César dos Santos explica como está a rotina dos alunos
TV Morena/Reprodução
*Estagiária sob supervisão de Anderson Viegas
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