Incêndios e tempo seco: 18 mil alunos ficam sem aula por causa da fumaça em MS
13/09/2024
A condição insalubre no estado é causada pelo acúmulo de queimadas na Bolívia, Paraguai, Pantanal e região Norte do Brasil. Moradores de vários municípios têm convivido há pelo menos cinco dias com uma densa névoa vinda dos incêndios. Campo Grande amanhece encoberta por névoa de fumaça dos incêndios
As queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul forçaram o fechamento de escolas, deixando 18.100 estudantes sem aulas. A decisão foi tomada devido à densa fumaça que tomou conta da região. Ventos fortes e a umidade do ar abaixo de 10% agravaram a situação, tornando o combate às chamas mais difícil. Para reforçar as ações, o Ibama enviou, pela primeira vez, uma meteorologista a Corumbá, área crítica dos incêndios, para auxiliar na análise das condições climáticas e orientar as estratégias.
As queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul forçaram o fechamento de escolas, deixando 18.100 estudantes sem aulas. A decisão foi tomada devido à densa fumaça que tomou conta da região. Ventos fortes e tempo seco, com umidade do ar abaixo de 10% agravaram a situação, tornando o combate às chamas mais difícil.
Para reforçar as ações, o Ibama enviou, pela primeira vez, uma meteorologista a Corumbá, área crítica dos incêndios, para auxiliar na análise das condições climáticas e orientar as estratégias.
A condição insalubre no estado é causada pelo acúmulo de queimadas na Bolívia, Paraguai, Pantanal e região Norte do Brasil. Moradores de vários municípios têm convivido há pelo menos cinco dias com uma densa névoa vinda dos incêndios. Veja no vídeo acima a situação de Campo Grande.
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Entre quarta e quinta-feira (11 e 12), das 79 cidades do estado, 32 registraram focos de incêndios nas últimas 48 horas. Ao todo, o estado tinha 454 pontos de calor ativos nas últimas 48 horas. No começo desta semana, todo o estado ficou encoberto pelas fumaças dos incêndios.
Em Corumbá, cidade conhecida como "Capital do Pantanal", o ar está cerca de 25 vezes mais poluído que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados são monitorados pela empresa suíça IQAir. A situação deve piorar neste sábado (14). A previsão de alívio gradual é para domingo (15). Veja o antes e depois nas fotos abaixo.
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Qualidade do ar 'muito insalubre'
Campo Grande está encoberta por fumaça.
Reprodução
Em Campo Grande, a capital do estado, a qualidade do ar atingiu o pior nível do ano. A estação de monitoramento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) registrou 156 microgramas de poluentes por metro cúbico, um valor muito acima do recomendado. Para efeito de comparação, níveis abaixo de 10 são considerados bons. A poluição atmosférica, causada pela fumaça das queimadas, provocou desconforto respiratório na população, com relatos de olhos secos e dificuldade para respirar.
Em Mato Grosso do Sul, a empresa suíça IQAir monitora a qualidade do ar de seis diferentes cidades. Do total, apenas Aparecida do Taboado está em uma situação menos pior. A cidade tem registrado ar "insalubre para grupos sensíveis". Veja como está a situação nas outras cidades:
Campo Grande: Ar está insalubre, quase 20 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
Costa Rica: Ar está insalubre, quase 21 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
Dourados: Ar está insalubre, 19 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
Ponta Porã: Ar está insalubre, quase 19 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS;
Corumbá: Ar está insalubre, 25 vezes mais poluído do que o recomendado pela OMS.
A IQAir monitora a qualidade do ar em várias cidades do mundo por satélite. O estudo mede a concentração de partículas poluentes no ar. Essas partículas são oriundas de várias fontes, como queimas de combustíveis, queimadas e incêndios florestais. Em períodos de seca, há maior inserção de poluentes na camada baixa da atmosfera.
Aulas são suspensas em Corumbá
Em Corumbá, cidade com o pior nível no estado, os dados mostram que a concentração dessas partículas no ar está em 128,8µg/m³. O recomendado pela OMS é que a concentração fique entre 5 e 15µg/m³.
Do alto da cidade, praticamente nada da cidade se vê
Moradores de Corumbá e Ladário enfrentam problemas de saúde ocasionados pela fumaça que cobrem as cidades. A população incorporou ao dia a dia o uso de máscaras seguindo as orientações das autoridades dos municípios. A secretaria de Educação (SED) do estado suspendeu as aulas de sexta-feira (13).
Cercados pelos incêndios, os moradores de Corumbá e Ladário já enfrentam uma série de problemas de saúde por causa da fumaça que cobre a cidade: dificuldade para respirar e falar, garganta seca e ardência nos olhos são alguns deles.
Caetano, Kátia e Marli relatam como estão lidando com a fumaça
TV Morena/Reprodução
"O clima aqui está bem difícil de aguentar, sem a máscara, na verdade. A gente já está sentindo um incômodo, um peso na respiração, e tentando usar máscara para dar uma amenizada", relata o designer gráfico, Caetano Correia.
As crianças estão entre as principais vítimas da fumaça nas duas cidades. "Eu tenho duas pessoas da mesma família que ficaram muito ruins. Tenho um neto que está mal, não está nem indo para a escola por causa da fumaça", disse a autônoma Marli Monastério. Ela contou que o neto teve de ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em decorrência da piora dos sintomas da rinite e sinusite.
A situação fez com que a secretaria de Saúde de Corumbá emitisse orientações para a permanência dos alunos nas escolas municipais. Entre as medidas estão: manter salas fechadas, incentivar a hidratação constante e evitar atividades em ambientes externos.
Bolívia
Brigadistas atuam em território boliviano.
Ibama/Reprodução
Além do Brasil, a Bolívia também enfrenta uma situação crítica. Incêndios na fronteira entre os dois países já destruíram quatro milhões de hectares de mata, levando o governo boliviano a decretar estado de emergência nacional e sanitária. Cerca de 700 famílias tiveram que deixar suas casas.
Brigadistas brasileiros, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão na Bolívia atuando no combate ao fogo para impedir o avanço para a Serra do Amolar, um santuário da biodiversidade no Pantanal e Patrimônio Natural da Humanidade. O g1 esteve na região e registrou o trabalho dos brigadistas.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: